terça-feira, 29 de abril de 2014

Violentando os marginalizados...





O texto base para a nossa discussão traz a concepção de violência por alguns autores, e em comum, a idéia de que esta concepção é mutável de acordo com a moral estabelecida na época in locu.
Com relação ao primeiro aspecto, esta análise vai no sentido de perceber que estaria ocorrendo no Brasil de hoje uma ressignificação da violência. A dificuldade por vezes ressentida, ao se definir violência, decorre do fato de que, não se tratando de um conceito sociológico, mas de uma categoria empírica de manifestação do social, sua compreensão é dependente dos arranjos societários de que emerge. Daí a recorrência das análises onde a violência é caracterizada como algo ambíguo, relativo (Maria Stela Grossi Porto).
A questão é: Como relacionar a evolução da violência com questões vinculadas à inclusão social? O que parece distante se aproxima ao vislumbrar-se que, assim como, existem a violência contra mulher e contra os idosos também há uma espécie de violência do Estado e de parte da sociedade civil, que não se compromete a inserir socialmente os deficientes cognitivos, motores, ou seja, a garantir o exercício de sua cidadania( do direito de ir e vir, dos deveres perante a Constituição), enfim garantir a existência de sua identidade política.
A concepção de violência muda, na medida em que a sociedade evolui em suas relações com o mundo, isto é, através da globalização. Assim, as brigas que se seguem aos bailes de sábado à noite tornaram-se violência, ao passo que durante muito tempo elas eram apenas parte do folclore do alcoolismo nacional. Nesse diapasão, há séculos atrás um bebê com qualquer deficiência era visto como um castigo de Deus e deveria ser morto. O mais incrível é que isso não era violência, mas sim cultura e norma. Depreende-se, então, que a violência cometida por todos nós a esse público um dia foi cultura, hoje é tipificada como conduta erronia ou criminosa, e amanhã será conscientização social.
Links:
Artigo: A violência entre a inclusão e a exclusão social
Por: Maria Stela Grossi Porto- Professora do Departamento de Sociologia do ICS(UNB)

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