terça-feira, 29 de abril de 2014

Inclusão social ou exclusão “deficional”?




Hoje, no Brasil, milhares de pessoas com algum tipo de deficiência estão sendo discriminadas nas comunidades em que vivem ou sendo excluídas do mercado de trabalho(MARIA REGINA CAZZANIGA MACIEL). A palavra liberdade já não mais existe, pois como se pode falar em autonomia, independência quando se está preso não a uma cadeira de rodas ou a uma bengala, mas sim a um Estado omisso? Afinal, analisar os potenciais de cada um é muito mais difícil que se ater às aparências. Como diria Elis Regina: “as aparências não enganam não”. Sim! A aparência de um Estado proliferador de leis e preguiçoso para pô-las em prática “não engana não”; porém a “aparência” de que um cego, surdo, autista não é capaz de transpor os seus obstáculos soa um determinismo descabido.
No universo estudantil, movimentos nacionais e internacionais têm buscado o consenso para a formatação de uma política de integração e de educação inclusiva, sendo que o seu ápice foi a Conferência Mundial de Educação Especial, que contou com a participação de 88 países e 25 organizações internacionais, em assembléia geral, na cidade de Salamanca, na Espanha, em junho de 1994( MARIA REGINA CAZZANIGA MACIEL). Esta conferência resultou na chamada “ Declaração de Salamanca”, a qual defendia dentre vários pontos a inserção de crianças e adolescentes com deficiência mental, motora em escolas regulares, deixando as especiais para os casos que realmente se fizer mister para a aplicação do princípio da dignidade da pessoa humana aos “incapazes” supracitados.
A sociedade está tão doente que recebe a notícia, de que um ser humano com alguma deficiência irá nascer, como se este fosse um monstro. Os pais, normalmente, se perguntam onde erraram, porque aquilo está acontecendo com eles, o que vão fazer como essa “bomba”, alguns cogitam em até matar seu próprio filho antes dele ver a luz do dia. Os médicos comunicam essa situação com se esta fosse o fim da linha, como quem dar um diagnóstico de câncer terminal. Vale fazer aqui um paralelo com o filme “ O Óleo de Lorenzo”, o qual retrata uma família comum que em determinado momento descobre que o seu único filho possui uma doença degenerativa, e pior ,até então, sem cura garantida pela ciência. Esses pais lutam, em vez de se culparem, o filme inteiro, e ao final descobrem a cura para a doença do seu filho. Parece que se parássemos de encarar as deficiências como problemas iríamos evoluir como pessoas.

Links:

Artigo: Portadores de deficiência: a questão da inclusão social.
Por: Maria Regina Cazzaniga Maciel
 

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